O que é upscaling em jogos e por que ele se tornou essencial para a performance atual?
Com o avanço dos gráficos e o aumento da resolução das telas (principalmente 1440p e 4K), os jogos se tornaram extremamente pesados. Rodar um título moderno com Ray Tracing ativo, texturas de alta qualidade e efeitos visuais avançados exige muito da GPU — até mesmo das placas topo de linha.
É aí que entra o upscaling: uma técnica que renderiza o jogo em resolução mais baixa e reconstrói a imagem para parecer que está em resolução mais alta, poupando recursos e mantendo desempenho elevado.
As duas tecnologias líderes nesse segmento são:
- DLSS (Deep Learning Super Sampling) da NVIDIA
- FSR (FidelityFX Super Resolution) da AMD
Ambas têm o mesmo objetivo: aumentar o desempenho mantendo qualidade visual.
Mas os métodos são bem diferentes — e isso faz toda a diferença.
Entendendo o DLSS 3.5: upscaling com inteligência artificial e Ray Reconstruction
O DLSS 3.5 é a evolução mais avançada da tecnologia da NVIDIA até agora. Ele traz algumas melhorias fundamentais em relação às versões anteriores:
O que mudou com o DLSS 3.5?
- Ray Reconstruction: substitui técnicas tradicionais de denoising por redes neurais, melhorando drasticamente o Ray Tracing. As sombras, reflexos e iluminação global ficam mais estáveis e naturais.
- Integração com Frame Generation (DLSS 3.0): além de reconstruir imagem, o DLSS pode gerar quadros intermediários com IA, aumentando o FPS.
- Melhor adaptação em jogos com movimentação intensa, como FPS competitivos e ação rápida.
O DLSS funciona exclusivamente em placas RTX da NVIDIA, e a versão completa (com Frame Generation) exige modelos RTX 40 Series.
Entendendo o FSR 3 da AMD: foco em acessibilidade e ampla compatibilidade
O FSR 3 é a resposta da AMD ao domínio do DLSS, trazendo um pacote com duas novidades importantes:
O que o FSR 3 traz de novo?
- AFMF (AMD Fluid Motion Frames): tecnologia de geração de quadros, semelhante ao Frame Generation da NVIDIA.
- Melhoria no algoritmo de upscaling tradicional, com reconstrução temporal mais refinada e menos artefatos.
- Compatibilidade ampla: funciona em placas AMD, NVIDIA e até iGPUs (dependendo da API usada).
A vantagem clara do FSR 3 é a abertura: qualquer jogo pode implementá-lo, e o usuário não precisa de hardware específico da AMD para usufruir.
Comparando qualidade de imagem: Ray Reconstruction da NVIDIA leva vantagem, mas com ressalvas
Quando falamos em fidelidade visual, o DLSS 3.5 leva clara vantagem — especialmente quando o jogo utiliza Ray Tracing. A nova tecnologia de Ray Reconstruction reduz ruído, preserva mais detalhes e evita borrões, mesmo em cenas com iluminação dinâmica.
Nos testes mais recentes:
- DLSS 3.5 entregou imagem mais limpa com Ray Tracing ativo em jogos como Cyberpunk 2077 e Alan Wake II.
- FSR 3 apresentou mais flickering e artefatos nas mesmas condições, mesmo em qualidade máxima.
Porém, se o jogo não usa Ray Tracing, a diferença entre DLSS e FSR fica bem menor, e muitas vezes o FSR 3 é suficiente para a maioria dos jogadores.
Comparando performance: FPS extra vs. estabilidade
DLSS 3.5 com Frame Generation:
- Ganha de 40% a 70% de performance extra em alguns jogos.
- Pode gerar input lag perceptível em jogos competitivos (mesmo com Reflex ativo).
- Precisa de RTX 40 Series para usar Frame Generation.
FSR 3 com Fluid Motion Frames:
- Também entrega bons ganhos de performance (até 60%), especialmente em 1440p e 4K.
- Ainda sofre com pacing de quadros e instabilidade em movimento rápido.
- Funciona em placas AMD, NVIDIA e em setups mais modestos.
Em resumo:
- Se o foco for qualidade + estabilidade + Ray Tracing, o DLSS 3.5 é superior.
- Se o foco for FPS extra + compatibilidade + custo, o FSR 3 brilha.
DLSS 3.5 vs. FSR 3: vantagens e desvantagens práticas
| Tecnologia | Vantagens | Desvantagens |
|---|---|---|
| DLSS 3.5 | Imagem mais limpa, Ray Reconstruction impressionante, Frame Generation estável | Exclusivo NVIDIA RTX, só placas RTX 4000 usam todos os recursos |
| FSR 3 | Compatível com mais placas, livre de DRM, fácil de implementar | Qualidade inferior com Ray Tracing, mais bugs visuais em movimento |
Qual tecnologia vale mais a pena em 2025?
Escolha DLSS 3.5 se você:
- Tem uma RTX 4070 ou superior
- Joga títulos com Ray Tracing ativo
- Quer a melhor qualidade visual possível
- Prefere estabilidade a compatibilidade
Escolha FSR 3 se você:
- Usa uma placa AMD ou NVIDIA fora da linha RTX 4000
- Quer mais desempenho em 1440p/4K, mesmo com artefatos ocasionais
- Gosta de jogos que ainda não oferecem suporte a DLSS
- Prefere tecnologia aberta e flexível
Conclusão: não existe resposta única — depende do seu setup e do seu perfil
O DLSS 3.5 é, tecnicamente, mais avançado — com IA de verdade, reconstrução de Ray Tracing e uma integração mais refinada. Mas o FSR 3 vem evoluindo rápido e tem a grande vantagem da democratização, chegando a placas que o DLSS jamais atenderá.
A melhor escolha depende de hardware, tipo de jogo, e sensibilidade visual.
Ambas as tecnologias são válidas, e felizmente, cada vez mais jogos estão oferecendo suporte para as duas.
