
Nos últimos meses, uma onda curiosa começou a ganhar espaço nas lojas de aplicativos, no Steam e até nas conversas em fóruns e comunidades gamers: o renascimento dos auto battlers.
Depois de um hype estrondoso entre 2019 e 2020 com títulos como Teamfight Tactics, Dota Underlords e Auto Chess, muitos acreditavam que o gênero havia queimado rápido demais. Mas como um bom personagem com resistência mágica alta, ele voltou — mais otimizado, mais acessível e mais viciante do que nunca.
O que é um auto battler, mesmo?
Auto battlers — ou “auto chess”, como ficaram conhecidos no início — são jogos em que o jogador monta uma equipe com unidades que possuem sinergias entre si, e depois assiste às batalhas acontecerem de forma automática. O foco está na estratégia de composição, posicionamento e upgrades, não no controle em tempo real.
Apesar da simplicidade no nome, o gênero é incrivelmente profundo. Jogadores precisam gerenciar economia, prever tendências de builds dos adversários, reagir a mudanças no meta e ainda contar com uma dose de sorte para pegar as peças certas nas rodadas de compra.
Por que o gênero caiu e por que está voltando agora?
Na sua explosão inicial, o auto battler teve dois grandes trunfos: inovação e portabilidade. Era um gênero novo, fácil de jogar em qualquer plataforma, e que oferecia partidas rápidas com grande margem para evolução. Mas o que causou sua queda foi o desgaste precoce da fórmula, aliado à falta de atualizações consistentes e ao fato de que muitos títulos pareciam cópias uns dos outros.
O que mudou de lá pra cá?
- Nova abordagem visual: Muitos dos jogos atuais trazem estética mais casual e carismática, com personagens cartunescos, animações leves e feedbacks sonoros envolventes (como em Auto Hero ou TFT Mobile).
- Loop de recompensa mais direto: Sistemas de progressão foram reformulados para dar senso de evolução a cada partida, com drops, skins, conquistas e eventos por tempo limitado.
- Integração com IA e recomendações: Agora, o próprio jogo ajuda os iniciantes com sugestões de composição e combinações automáticas, reduzindo a barreira de entrada.
- Fortalecimento no mobile: O estilo de jogo combina perfeitamente com o consumo rápido no celular, onde o jogador pode montar uma estratégia em poucos toques e ver o combate acontecer sem precisar controlar cada movimento.

Jogos recentes que estão liderando esse retorno
Alguns títulos ajudaram a reacender a chama do gênero nos últimos meses:
- Thetan Rivals – com visual estilo battle royale, mas dinâmica auto battler simplificada e multiplayer casual.
- Auto Brawl Chess – mistura entre RPG, tabuleiro e auto battler com foco em colecionismo.
- TFT (Teamfight Tactics) – que nunca chegou a morrer, mas passou por um boom recente com suas novas mecânicas e modos.
Por que o auto battler funciona tão bem em 2025?
Vivemos uma era onde tempo e complexidade competem com a vontade de jogar. Auto battlers entregam exatamente o que muita gente quer:
- Partidas rápidas (em média de 10 a 20 minutos);
- Estratégia sem estresse de execução em tempo real;
- Progressão visual e recompensas constantes;
- Boa adaptação ao mobile e jogabilidade vertical;
- Possibilidade de jogar de forma casual, mas com profundidade para quem quer se dedicar.
Essa combinação faz com que o gênero se encaixe perfeitamente na rotina de quem joga entre compromissos, ou prefere relaxar com algo menos frenético.
Tabela comparativa: Auto Battlers clássicos vs. Auto Battlers atuais
Aspecto | Geração 1 (2019-2020) | Geração 2 (2024-2025) |
---|---|---|
Interface | Complexa, voltada ao PC | Intuitiva, adaptada ao mobile |
Visual | Sério e inspirado em MOBA | Casual, cartunesco e acessível |
Tempo médio de partida | 30 a 40 minutos | 10 a 20 minutos |
Progressão fora de jogo | Quase inexistente | Fortemente integrada (skins, eventos) |
Curva de aprendizado | Íngreme e punitiva | Guiada, com IA e tutoriais inteligentes |
Personalização | Limitada | Alta (skins, modos e personagens únicos) |
Conclusão
O retorno dos auto battlers não é à toa — ele é resultado de uma evolução consciente, que aprendeu com os erros do passado e se adaptou aos desejos do jogador moderno. Em um mercado onde o tempo é valioso e a competição é acirrada, o gênero encontrou seu segundo fôlego com uma fórmula refinada, divertida e altamente viciante.
Se você ainda não deu uma segunda chance a esse estilo de jogo, talvez agora seja a hora de montar sua composição, escolher suas sinergias e deixar a magia acontecer… sozinha.